Quando os filhos são bebês fazemos o que queremos com eles. Levamos onde temos vontade, vestimos as roupinhas do nosso gosto, e o principal: não escutamos malcriação.
Mas quando eles crescem as coisas mudam de figura.
Por aqui um com 6, e o outro com 9.
Já estou há 1 minuto na porta do elevador. Chamo os dois e nada. -Vamos, olha a hora!
Ai vem um sem tênis e o outro todo descabelado.
Obediência tá díficil. Obedecer na hora que eu falo então, nossa, parece algo inatingível!
Hora de acordar, vamos lindos, temos horário.
– Ahhh mãe, não quero ir na natação
-Vamos jantar!
-Agora não!
-Hora do banho!
– Ahhhhh não!
– Hora de dormir
– A não, só mais 5 minutos.
Olha, eu sei que ninguém falou que era fácil, mas ninguém falou que era tão difícil assim.
As teorias nos dão mil saídas para cada situação que a gente passa, mas a prática, ahhhhh, a prática é outra história. O famoso dia a dia e repetir toda hora é o que pega.
– Olha só, vamos na festa. Sejam educados, cumprimentem as pessoas com sorriso no rosto. Ah, e não esqueçam de dar parabéns para o aniversariante. Isso não é uma escolha, é uma regra de educação ok?
Por favor, obrigado, prato na pia, comer o que tem na mesa, seja gentil, trate todas as pessoas com respeito, não faça confusão, não responda para a sua mãe… são frases ditas por mim insistentemente e diariamente. E vou falar, cansa muito!
E as brigas? Nossa, eles não brigavam nada quando pequenos, agora se provocam e brigam o tempo todo. E haja…
– Chega, vocês são irmãos devem ser amigos e se respeitar, e não brigar.
Quando eu falo mil vezes a mesma coisa e quase nada muda no comportamento deles dá um desânimo sem fim. Mas na hora que lembro dos elogios que escuto quando ficam na casa dos amigos, ou na escola me dá uma ponta de esperança e entendimento da frase que diz: na educação as raízes são amargas (e como são), mas que se a gente persistir os frutos serão doces (assim espero). Ansiosa pelos frutos!
E quando lembro da frase famosa:
– Nossa mamãe você está chata!
Penso: a chatice faz mesmo parte do nosso papel!
Então respondo:
– Chata hoje, para ter filhos educados no futuro.
Texto: Thaís Vilarinho @maeforadacaixa