“E eu achava que acordar na madrugada para dar de mamar era difícil.
Achava que ficar atrás deles quando começaram a andar era cansativo.
Achava também que passar a noite em claro com um filho doente me preocupava em grau master.
Mal sabia o que estava por vir…
Mal sabia a dificuldade que era educar um filho.
Mal sabia como seria cansativo dar limite e falar mil vezes a mesma coisa.
Mal sabia a preocupação que seria ver um filho crescer em um mundo com tantos maus exemplos, e informações vindas por todos os lados e direções.
Mal sabia que teria que ficar esperta com as amizades, com o que ele assiste, com o que ele anda dizendo.
Mal sabia que eu escutaria “eu te odeio” do meu próprio filho.
Mal sabia como eu me sentiria mal com isso.
Mal sabia a vontade que eu teria de sumir, de desistir. Jogar a toalha mesmo sabe?
Nunca imaginei nada disso, mas é isso que eu vivo.
Como podemos ser tão ingênuas sobre a maternidade?
O que eu achava?
Que falaria uma vez e eles absorveriam?
Quanta inocência!
Que eles não iriam me enfrentar?
Sonhadora eu.
Que eles não precisariam ser orientados dia a dia?
Como fui boba.
Essa maternidade romantizada deixa a gente boba mesmo, e quando a maternidade real chega tomamos um grande choque de realidade.
Aos poucos entendemos que educar é não deixar a poeira baixar. A orientação tem que ser na hora, não dá para deixar para depois.
É a cada palavra, a cada movimento na direção errada, direcioná-los para o caminho certo.
É muitas vezes não saber se está no caminho certo.
É falar milhões de vezes mesmo exausta.
É dormir cansada e ter que acordar com as energias renovadas porque no dia seguinte começa tudo de novo, e a guarda tem que estar alta para continuar lutando! Sim lutando, para ter filhos bem orientados, e de bem!
Ahhhh e eu achava que acordar de madrugada era difícil…”