Pai que cumpre com o seu papel e não “ajuda” a mãe

Pai que cumpre com o seu papel e não “ajuda” a mãe

Fico chocada quando converso com mulheres que são mães e escuto: Não posso reclamar, meu marido me “ajuda” de vez em quando. As vezes ele pega as crianças na escola.

Fico pensando…será que elas acham que o papel da criação e educação dos filhos é todo delas, e o pai dos filhos é um mero coadjuvante?

O que nós, mães de crianças pequenas, em pleno século XXI, esperamos dos pais dos nossos filhos?

Muitos de nós trazemos das nossas raízes o imagem do pai que só trabalha, chega em casa, janta e vai deitar. Sim, isso era muito comum, e ainda é. Era muito comum o pai não participar e nem cumprir com o seu papel. Era muito comum toda a responsabilidade dos filhos estar nas costas da mãe.

Sei que é difícil para algumas mulheres abrirem mão, de uma parte, da educação e cuidados com o filho para o pai já que a referência que ela tem é a de só a mãe fazer. Sei também que é difícil para o homem cumprir com o seu papel de pai quando a referência que ele tem é a de o pai não fazer nada. Mas mesmo que tenhamos essas referências precisamos perceber como as coisas mudaram, e para melhor, nesse aspecto.

Hoje escutamos muito falar que o pai não deve “ajudar” a mãe, e sim cumprir com o seu papel. Não existe regras para isso, pois cada família tem sua rotina e suas características particulares, entretanto o pai e a mãe precisam entender, de uma vez por todas, que cada um tem o seu papel na criação e educação dos filhos.

Como um pai vai criar vínculo forte com um filho (a) se nunca  faz nada por ele, ou com ele? Como existe vínculo se o pai não participa ativamente da vida do filho? Não tem como. Não estou dizendo aqui que homens tem que parar a vida (de trabalho e social) para focar somente nos filhos, não é isso. Só estou dizendo que pais devem querer se aproximar verdadeiramente dos seus filhos. E não adianta dizer: mas eu converso com ele. Não, não é só conversar, e sim é dar um banho, ajudar na lição, fazer um jantar para os filhos, trocar um fralda…enfim, não tem regra, mas é participar ativamente da vida dos filhos.

E nós mães temos o papel de incetivá-los e deixarmos eles tomarem as rédeas do “pedaço”deles.

O que, também, pode acontecer é o pai querer cumprir com o seu papel e a mãe, de alguma maneira, podá-lo fazendo com que o modelo “antigo” de paternidade se repita.

Precisamos entender como esse vínculo entre pais é filhos é tão importante quanto o vínculo entre mães e filhos. São vínculos diferentes, claro, mas de igual importância. Também precisamos tirar da nossa cabeça as referências antigas de paternidade, precisamos dar um Start nessa geração de crianças para que possam ter pais reais e fora da caixa.

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Thaís Vilarinho

Mãe de dois meninos lindos Matheus e Thomás, Fonoaudióloga Clínica. Pratico corrida e Muay Thai. Adoro escrever, viajar, escutar música, ver um bom filme, sair e estar com a família e os amigos. Sou curiosa, adoro conhecer e aprender coisas novas.

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2 Comentários

  1. Priscila - 8 de abril de 2016

    Não conhecia seu blog, acessei pela primeira vez. E logo de cara um texto tão alinhado a minha forma de pensar e ao que praticamos aqui em casa.
    Desde que nossa pequena veio ao mundo sempre incentivei a participação na rotina da bebê. Começou com a troca de fralda, o colocar para arrotar durante a madrugada, os primeiros banhos. Hoje nossa filha já completou 1 ano é aqui em casa nos temos o mesmo papel: trabalhamos para o sustento do lar e cuidamos da pequena no mesmo nível. Hoje por exemplo ela acordou febril. Logo após a mamada eu coloquei em pauta não leva-la a escola, visto que esta se recuperando de uma gripe. Ele pro ativamente respondeu: acho melhor ela ficar em casa, eu tenho uma reunião no trabalho as 16:00, desmarco e fico com ela o dia todo. Eu fui sossegada trabalhar, sabendo que ela ficaria com a melhor pessoa. Ele deu café da manhã, a fruta, o almoço, colocou para dormir, deu o banho.. Nós encontramos no pediatra no final da tarde, passamos juntos na consulta médica. Depois ele me disse para aproveitar que ainda estava cedo para eu ir na academia. E fui! Cheguei em casa, brinquei com a pequena, dançamos, ouvimos música, assistimos um pouco de TV. Depois eu dei o mama, conduzi a rotina da hora de dormir e a pequena dormiu. Ele depois de cumprir o papel de pai, foi jogar futebol com os amigos. Depois de um dia puxado, é a hora dele curtir.

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