Esse dias recebi um convite delicioso do site do bebe/confessionário: escrever um relato sobre minha experiência materna. Escrevi o texto com muito carinho e sinceridade. Espero que gostem!
“Uau! Confessionário é uma palavra forte, hein? Mas a maternidade nos faz viver momentos assim… Fortes, transformadores, intensos e únicos!
Sou mãe de dois meninos e, após pouco mais de 7 anos no mundo materno, posso dizer que amadureci muito e em muitos aspectos por viver a tal Maternidade Real. Tenho certeza que amadurecerei mais, pois cada desafio que encontramos na arte de ser mãe nos faz crescer.
Desde menina sonhava em ser mãe, carregava bonecas e bonecos de um lado para o outro enrolando-os em cobertores, trocando as roupinhas e colocando-os para dormir. Quando cresci e tive que escolher uma faculdade, escolhi Fonoaudiologia porque me daria chance de trabalhar com crianças.
O momento da descoberta da gravidez foi um dos mais emocionantes da minha vida, vivi os 9 meses esperando para tê-lo em meus braços! Quando o Matheus nasceu, eu tinha 28 anos e não tinha visto amigos e nem familiares passarem por essa experiência, por isso entrei no mundo materno totalmente sem noção do que seria, e cheia de idealizações. Acho que por isso o início foi tão duro!
Isso é um confessionário, e eu acho ótimo, porque gosto de falar de maternidade da maneira como eu vivi. Pintar de cor de rosa realmente não é comigo. Então vamos lá: Nunca imaginei que pudesse ser tão exaustivo me acostumar com as noites mal dormidas e tão angustiante escutá-lo chorar e não saber o que fazer. Nunca pensei que, com um bebê em casa, eu e o meu marido não fôssemos ter tempo para nós dois. Também não sabia que depois que ele nascesse continuaria parecendo que eu ainda carregava um bebê na barriga, assim como, não imaginava que o meu peito doeria tanto quando estivesse cheio de leite, e também não fazia a mais vaga ideia que ficaria “menstruada”por quase 30 dias após o nascimento do meu bebê.
Meu pensamento sempre foi em me dedicar exclusivamente para ele! Parei de trabalhar e achava um absurdo e completamente fora de questão a história de ter uma babá. Pensava que somente me dedicando 24 horas para ele eu seria uma boa mãe. Eu queria fazer tudo, e realmente fazia! Sempre foi um grande prazer cuidar do meu filho, mas comecei a sentir que algo fazia falta na minha vida. Eu só falava sobre assuntos relacionados à maternidade e, à noite, estava sempre exausta. Uma exaustão inexplicável…física e mental. Foi quando, já grávida do meu segundo filho, comecei a entender do que eu sentia falta.
Era de mim! Da mulher que eu era antes de mergulhar de cabeça nesse mundo materno, das coisas que eu gostava de fazer, das minhas amizades, do meu relacionamento com o meu marido, de um almoço tranquilo com amigos, de ouvir música, de me exercitar, enfim, da Thaís-mulher!
Então, comecei a me permitir viver algumas coisas e equilibrar na minha vida tudo o que eu achava importante! É difícil? É! É cansativo? Sim! Mas termino o meu dia completa e realizada!
Para a minha surpresa, meu filho, que era um grude comigo, começou a ser mais independente, e até mais feliz, pois acredito que, na realidade, eles estão completamente conectados conosco. Por isso, quando eu me libertei dessa idealização materna ele também percebeu que era muito interessante passar alguns momentos longe de mim. E essa descoberta foi algo que teve muito significado na minha vida.
Quando vivi a maternidade pela segunda vez, tendo noção da importância que é me olhar, foi tudo mais tranquilo, eu já conseguia delegar funções, contratei uma babá para me ajudar com os dois e a maternidade teve um toque de amadurecimento.
Sei que tudo na vida são experiências e que precisamos passar para entender, mas um conselho que eu sempre dou é: Nunca se esqueça de você, porque os filhos crescem e vão viver a vida deles. Nosso objetivo é que sejam seres humanos realizados e felizes, por isso dê o exemplo, mostre que, para sermos felizes, temos que nos olhar e nos amar.
A maternidade é uma PARTE das nossas sua vidas e não a nossa VIDA.”