Esse poder chega aos poucos, conforme os filhos vão crescendo. Quando a gente sente que ele chegou não é fácil, mas o fato é que ele chega para todas as mães.
A gente percebe que chegou quando chama mil vezes para almoçar e eles não vem;
Quando tentamos perguntar como foi na escola e eles não respondem;
Quando deixamos os filhos na escola e eles nem olham para trás.
De repente você percebe que é invisível. No início é sofrido não ser percebida. Sabe aquela sensação de passar perto do filho e ele já estender as mãozinhas pedindo colo? Então, ela acaba.
A gente pensa: eu ficava cansada naquela época, mas até aí se tornar invisível é demais né?
A gente corre para ter comida na mesa, se organiza para os amigos virem em casa, leva para praticarem esporte, se desdobra para levar e buscar na escola, incentiva a leitura, faz o bolo que eles gostam, passa o fim de semana em função das brincadeiras deles mesmo que estando exaustas. E o que a gente ganha é: a capa de invisibilidade.
Mas não sofro mais. Penso que talvez isso aconteça porque estão se tornando independentes. Claro que pego no pé, falo todos os dias que eles tem que dar valor para o que eu faço, imponho respeito, e agora tenho uma nova regra: só chamo 2 vezes. Se não vier perdeu a comida, a escola, o banho, o que seja. Mas hoje eu não espero que os meus filhos valorizem que eu levante às 6:00 para ir para a academia só para poder voltar, tomar café e passar a manhã com eles.
Eu só espero que eles sintam-se bem em voltar para casa!
A verdade é que o poder da invisibilidade ensina. Essa tal maternidade é mesmo um aprendizado sem fim, um turbilhão de emoções, mudanças e amadurecimento. Perceber que tudo o que a gente faz não é visto ou valorizado e continuar fazendo é o MAIOR exercício para o egocentrismo e o melhor remédio para o orgulho. É a maior prova de amor que um ser humano pode oferecer!
E se você como eu tem o poder da invisibilidade e o trabalho que ninguém vê, só te falo uma coisa: parabéns, você tem o trabalho mais lindo e o mais difícil do mundo! Um viva a nossa força materna que não muda mesmo quando somos invisíveis para eles!