“Depois que ele nasce,
Ela fica ali.
O útero vazio,
O coração apertado.
O peito cheio de leite.
Todo mundo em cima do bebê
E ela ali, de resguardo.
Resguardo? Até parece.
O Puerpério é puro agito, pura emoção, sentimentos à flor da pele.
O bebê está perto mas não está mais dentro, e isso não gera nenhum acalento.
É uma delícia ver nascer, mas é um processo até entender.
Descarga de hormônios,
Sangramento por 40 dias,
Tem que dar de mamar,
E enfrentar desafios.
Quando o bebê nasce acabam as regalias!
-Você é mãe, ué.
Todo mundo espera dela,
enquanto ela se recupera.
E o bebê? Mamou? Dormiu? Tomou banho?
E todo mundo continua olhando para o bebê.
E ela ali, à mercê.
Ninguém quer saber do banho dela, do conforto, do bem estar como faziam na gravidez.
É tudo sobre o bebê.
E ela ali à mercê, lidando com o que tinha dentro, fora.
O coração que batia dentro, batendo fora, e com vida própria.
Uma vida que todos dizem depender dela,
Mas quem é mesmo que olha por ela?
A delicadeza é perceber
que o bebê precisa de cuidados, claro. Mas é a mãe que precisa de muita atenção, depois de tanta emoção.
E não só atenção, é mais, muito mais.
É carinho, abraço apertado, um olhar com cuidado.
Por isso que eu digo, mulher no puerpério precisa do seu abraço como abrigo.
Não importa se você é o marido, a irmã, o irmão, a mãe, o pai, a sogra, o sogro, a vizinha, a amiga, ou o doutor. Todo mundo cabe para ser o abraço acolhedor.
Abrace, acolha e lembre-se:
O bebê está para ela, assim como ela está para você.”
Texto: @maeforadacaixa
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