“Estar com elas preencheu meu coração com recordações de um tempo muito feliz! Vimos fotos, rimos, nos emocionamos, relembramos!
Preciso confessar que sofro de saudades daquela época. Chego a sonhar que estou caminhando ao encontro das duas, para mais um papo, sentadas no meio fio da rua onde morávamos.
Íamos juntas para escola, morávamos no mesmo condomínio, e ao contrário do que dizem, ser improvável amizade entre três, éramos sim, muito amigas!
Cada uma trazia uma pitada do que era essencial para a outra, e a mistura ficava incrível! Eram madrugadas a dentro de um papo sem fim. Falávamos de vida, sonhos, família, amores, desamores, dores, loucuras. Alguns papos tinham conclusão e outros só o tempo poderia nos contar.
Fomos colo e acalento umas das outras!
Dei muito colo para uma pelo sofrimento que ela sentia devido a separação dos pais.
Fui o abraço, e tentei levar o máximo de forças que encontrei para a outra no dia em que ela perdeu o pai.
E eu tive o colo, e o abraço das duas quando reprovei o 1 colegial.
Fomos tanta coisa umas das outras…
A risada mais alegre, e a palavra mais certa.
A choro mais sentido, e o conselho mais louco.
Os braços que carregaram depois da bebedeira e a bronca pela besteira que fez na última balada.
A mão que secou as lágrimas do primeiro desamor e o tranco que faltava para sair da fossa.
Os ouvidos para escutar sobre a primeira transa e a paciência para escutar pela centésima vez sobre a briga do namoro que não ia dar certo.
Éramos fortes juntas e isso foi essencial para a nossa adolescência!
O tempo nos deu várias respostas. Lembro que nos questionávamos se seriamos amigas para sempre.
Por isso, posso dizer que a resposta mais linda é poder sentar com vocês, 18 anos depois, e continuar pedindo uma pausa na conversa para eu poder fazer xixi, porque quando estou com vocês, não quero perder nada!
E a beleza da amizade verdadeira é essa, pode passar o tempo que for e nada muda! 18 anos depois, somos as mesmas três meninas que iam juntas para a escola!”